LuWa - A paixão por Batik
Quantas pessoas têm coragem de abandonar tudo para seguir um sonho? Luciana Wanderley, mais conhecida como LuWa, largou as ciências contábeis para se tornar uma artista excepcional. Isso aconteceu há 15 anos, quando trabalhava com auditoria e começou a sentir certa insatisfação.
Após uma temporada de férias, sua mãe quase a forçou a fazer um curso de pintura em tecido, ministrado por Dora Zuanella. Foi aí que a história e a paixão pelo universo artístico começaram.
“Fiquei completamente encantada e comecei a pintar todas as noites na mesa de jantar da sala dos meus pais. Na primeira semana de aula, pintei uma roupa com listras em tons de terra que usei para ir em um casamento. Ficou linda”, relembra.
Batik – Estamparia tradicional
Mas LuWa só largou de vez a área de contabilidade quando teve seu primeiro contato com uma técnica milenar: o Batik. Este tipo de arte surgiu na ilha de Java (Indonésia) e consiste em estampar tecidos através de um processo com ceras derretidas e aplicação posterior das cores.
“Os traços são dados com a parafina derretida e o auxílio de uma espécie de caneta-funil chamada “tjanting”. Depois, a tinta é aplicada camada por camada e, então, a parafina é retirada com papel e ferro quente. A pintura é feita do final para o começo, pois as primeiras cores são as nuances que aparecem no acabamento, enquanto as últimas ficarão no primeiro plano”, explica. Este é o método que ela escolheu para suas obras, mas podemos ver expressões de Batik em que o tecido inteiro é tingido a cada mudança de camada e, para terminar, realiza-se uma técnica chamada craquelê, conferindo um ar antigo ao visual.
De qualquer forma, os efeitos finais são fascinantes graças às sobreposições de camadas das cores. Quem a introduziu neste mundo de possibilidades foi a mestre Mila Andrade, uma de suas grandes inspirações até hoje.
Momentos marcantes
Os grandes apoiadores de LuWa foram seus pais. Quando ela passou um mês fora em um retiro espiritual, eles aproveitaram para fazer um ateliê de presente à filha. Prateleiras com tintas, pincéis, cavaletes… Tudo perfeito, era só mergulhar de vez!
Assim, começou a pintar painéis e luminárias para lojas de turismo; fez uma exposição em Brasília chamada tons de LuWa (com uma coleção de instrumentos musicais que produziu); criou artes que estamparam mais de 8 mil camisetas para a campanha do MCDia Feliz; produziu cenários para shows e realizou diversos trabalhos institucionais.
Em 2007, atuou em uma loja para turistas no mezanino do Mercado Municipal de Brasília. Foi ali que começou a aplicar suas pinturas em superfícies variadas. Ela vendia desde camisetas e aventais até produtos de papelaria, quadros e pufes.
Outro ponto marcante da carreira aconteceu em 2009, quando assinou a estamparia da estilista Fernanda Ferrugem para o desfile do Brasília Fashion Festival. No final de 2010, mudou-se para São Paulo e em pouco tempo começou a expor no Mercadinho Chic, localizado na Oscar Freire. Lá, conheceu Romero Britto pessoalmente, que comprou um de seus pufes. Um ano depois estava expondo na galeria do renomado artista. Para a ocasião, escolheu telas transformadas em estamparias impressas digitalmente em seda pura.
Projetos e parcerias
O estilo colorido, os traços fortes, os movimentos próprios e a personalidade despojada de suas peças renderam muitos projetos e coleções, como um trabalho junto com o charmoso bistrô A Cozinharia e a estamparia para um enxoval de barcos. Mas o mais especial aconteceu em uma parceria incrível com o Westwing.
Em nossa coleção oferecemos uma série de pôsteres, pinturas, quadros em azulejos, luminárias, capas de almofadas, entre outros artigos. Muitos sócios tiveram a chance de levar uma peça para casa. E você fique de olho, pois a campanha pode voltar a qualquer momento!
Foto 3 © Acervo Pessoal / Demais Fotos © Vítor Nassar