Lucid Stead - Uma casa invisível no deserto
Uma cabana no meio do deserto passa do estado de abandono ao requisitado, ganhando uma estrutura quase invisível. Parece irreal, mas há apenas dois anos aconteceu em Joshua Tree, Califórnia. A obra de arte arquitetônica conhecida como Lucid Stead foi revivida pelo artista Phillip K Smith III.
Fotos © Steve King
Representado pela galeria Royale Projects Contemporary Art, Phillip se inspira na lógica redutiva do minimalismo e na sensação ótica da luz, espaço e movimento. Ele adora inovar e explorar novas tecnologias em seus projetos.
Ver, ouvir e contemplar
“O conceito por trás da Lucid Stead era desacelerar, vir para o deserto e entrar nesse ritmo de mudança. É sobre parar e silenciar para realmente ver e ouvir o deserto”, explica o artista.
Para isso, preservou características originais da construção erguida há mais de 70 anos. A madeira é a mesma da década de 40, as dimensões foram mantidas e as rachaduras pregos e partes danificadas ficaram.
Foto © Lance Gerber
Ou seja, as marcas de muitas décadas contrastaram com a interferência do século XXI: uma estrutura espelhada, iluminação LED e equipamentos eletrônicos personalizados.
Para explorar o deserto e corresponder à calma do lugar, o artista baseou suas ideias em quatro pilares.
Luz e sombra – A interação com o som faz com que o projeto mude drasticamente entre às 9h e 15h, assim como no crepúsculo e no anoitecer, quando o reflexo do pôr-do-sol vai mudando suavemente as cores das janelas.
Luz refletida – Os espelhos refletem o próprio deserto e o colocam em uma função-dupla: torna-se material e ambiente, sendo absorvido pela arquitetura.
Luz projetada – À noite, as luzes no interior começam a revelar a estrutura da barraca, realçar suas linhas e mudar gradativamente as cores. Quem observou não tinha consciência imediata de que as tonalidades da iluminação mudavam.
Mudança – No final, Lucid Stead nasceu para causar uma mudança e um impacto na forma que interpretamos a paz e o silêncio do deserto, aprendendo a realizar uma contemplação mais profunda.
Fotos © Lance Gerber
